O autor tem mais de setenta anos, 15 deles vividos num orfanato, no tempo da ditadura salazarista. Praticamente autodidata, com algum jeito para os números, vive, no presente, em arquivo morto, conformado com o fim da existência num qualquer depósito de velhotes.
Em idade juvenil, foi pastor de gado, cantor em funerais, pedinte por conta de outrem, aprendiz de padeiro, marçano, sacristão, paquete no paço episcopal, ombro de apoio a um padre paraplégico, vendedor de rua, candongueiro, moço de lavoura, distribuidor de almofadas no Estádio das Antas e escriturário no Hospital de Santo António. Por períodos curtos, foi rapaz de recados num talho da Rua do Bonjardim e serviu copos numa tasca da Rua da Regeneração.
Na vida adulta, andou por África, visitou mundo, foi professor de números e contabilista. Já depois dos sessenta, correu maratonas e meias-maratonas na Europa e em África. Ateu, sem dono e admirador de José Marti, fez o que o poeta enunciou para uma vida realizada.
Teve filhos, plantou árvores e escreveu uma novela.
Livros de Manoel Mourinha
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